terça-feira, 9 de março de 2010

Globo pode responder a inquérito por declaração homofóbica de Marcelo Dourado no BBB


A declaração homofóbica de Marcelo Dourado, participante da 10ª edição do reality show Big Brother Brasil, sobre apenas homens homossexuais contraírem o vírus da aids, pode gerar problemas judiciais para a Rede Globo. A Procuradoria da República em São Paulo instaurou inquérito civil público para apurar a responsabilidade da emissora sobre a declaração, que foi ao ar no dia 9 de fevereiro.Segundo a coluna Outro Canal, do jornal Folha de S. Paulo, o procurador Jefferson Dias, da regional dos direitos do cidadão, afirmou que a Globo terá de se retratar se sua responsabilidade sobre a declaração for comprovada. Uma possível saída é a emissora realizar uma campanha educativa no próprio programa para minimizar os danos causados pela informação equivocada.Quando o programa com a declaração de Dourado foi ao ar, o apresentador Pedro Bial afirmou que a Rede Globo não tinha responsabilidade sobre as declarações dos participantes e forneceu o endereço do site sobre aids do governo para o público se informar apropriadamente. Mas tanto o procurador quanto o infectologista Ronaldo Hallal, coordenador das diretrizes de tratamento de Aids no Ministério da Saúde, discordam. Para eles, a emissora é sim responsável por ter dado voz ao participante.Hallal afirma que, apesar de os acessos ao site www.aids.gov.br terem subido de 7.000 para 17 mil, no dia do programa, "isso não se compara ao número de pessoas que viram o BBB e não foram ao site". Segundo a coluna Outro Canal, para o infectologista a declaração de Dourado "reforça o estigma de que só homossexuais são portadores do HIV".A Rede Globo declarou, através sua assessoria de imprensa, desconhecer até esta quinta-feira, 4 de março, a existência desse inquérito. E reafirmou que as "declarações e opiniões pessoais de participantes de reality shows" não são de sua responsabilidade

Movimento GLBT decide mudar para LGBT

Para grupo, mudança significa dar mais destaque para reivindicações das lésbicas.Grupo votou neste sábado propostas que devem ser incluídas na Carta de Brasília.

A 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais decidiu neste sábado (7) padronizar a nomenclatura usada pelos movimentos sociais e pelo governo, junto com o padrão usado no resto do mundo; em lugar de GLBT, a sigla passa a ser LGBT: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais. Para o grupo, a mudança significa dar mais destaque para as reivindicações das mulheres lésbicas. “Era uma demanda antiga do movimento das lésbicas organizadas”, explica o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis. Segundo reportagem da Agência Brasil, além da plenária, o sábado foi de atividades nos grupos de trabalho por setor, que votaram todas as propostas que devem ser incluídas na Carta de Brasília. O documento vai ser discutido na plenária final neste domingo (8). Reis explica que o documento final serve “para que todo mundo possa ler e discutir cada proposta, para termos o Plano Nacional de Políticas Públicas, que é o nosso grande objetivo, e aí constituir o Conselho Nacional de Políticas Públicas para LGBT, para que se possa fazer o controle social das políticas”.

A criminalização da homofobia e a legalização da união estável entre pessoas do mesmo sexo devem ser as duas principais reivindicações do movimento apresentadas na Carta de Brasília. “Nós temos duas prioridades: a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia, que é o PLC 122/06, e um outro é o projeto da ex-deputada Marta Suplicy, da união civil. Este projeto está parado na Câmara desde 1995, já está pronto para a ordem do dia, mas infelizmente a gente não consegue fazer com que ele avance”, afirmou o coordenador-executivo do projeto Aliadas e membro do Grupo Dignidade de Curitiba, Igo Martini.